
Lisboa voltou a ser o epicentro da inovação mundial. Entre os dias 10 e 13 de novembro, o Web Summit Lisboa 2025 reuniu as mentes mais brilhantes da tecnologia para desenhar o futuro da indústria global. Diferente de anos anteriores, onde o foco estava na “descoberta” da Inteligência Artificial, a edição deste ano trouxe uma mensagem clara e urgente: a fase de testes acabou. Estamos entrando na era da execução, da autonomia e da transformação estrutural dos negócios.
Para nós, da e-Plus, este evento teve um sabor ainda mais especial. Não apenas estivemos lá para capturar as tendências em primeira mão, representados pelo nosso CEO, Tiago Moraes, e nossa COO, Nadia Faustino, como também subimos ao palco para compartilhar conhecimento. Portanto, este artigo não é apenas um resumo de notícias, é uma curadoria estratégica feita por quem vive o e-commerce, para você que precisa aplicar essas inovações na sua loja virtual.
Nas próximas linhas, vamos mergulhar nos conceitos que dominaram os pavilhões do MEO Arena e mostrar como a e-Plus e a VTEX estão posicionadas na vanguarda desse movimento.
A E-PLUS NO PALCO: O CASE LOFTY STYLE E A PARCERIA COM A VTEX
Antes de explorarmos as tendências, é fundamental destacar a força do e-commerce brasileiro no cenário internacional. A e-Plus marcou presença no estande da VTEX, prestigiando um dos momentos mais importantes da nossa trajetória recente.
Nosso CEO, Tiago Moraes, apresentou um painel exclusivo ao lado de Camila Ortiz, CEO da Lofty Style. Nesse bate-papo, discutimos os desafios e as vitórias do lançamento do e-commerce da Lofty em Portugal e na Espanha (um projeto complexo de internacionalização implantado pela e-Plus utilizando a plataforma VTEX).
Esse case é a prova de que a tecnologia certa, aliada a uma estratégia bem desenhada, rompe fronteiras. Sendo assim, ver uma marca brasileira expandindo para a Europa com nossa assinatura reforça que estamos no caminho certo. Mas, para continuar crescendo, precisamos olhar para o que vem a seguir. E o Web Summit 2025 nos deu o mapa.
1- A Revolução da “Agentic AI”: Do Chat para a Ação
Se em 2024 falávamos sobre o que a IA poderia dizer, em 2025 o foco total é sobre o que a IA pode fazer. O termo da vez é Agentic AI.
Segundo os painéis do evento, o mercado não vê mais a IA apenas como uma ferramenta de suporte, mas como a próxima “Grande Tecnologia de Propósito Geral” (GPT), com potencial de gerar um impacto econômico de 2,3 bilhões de euros até 2030.
Basicamente, estamos transitando de modelos passivos para sistemas de agentes.
- O que mudou? Um agente de IA é definido pela sua “agência”, ou seja, a capacidade de pensar, realizar ações e aprender com a experiência.
- O impacto: a meta agora é a autonomia. Imagine um software que não apenas sugere uma resposta de e-mail, mas que entra no seu CRM, atualiza o status do cliente e agenda uma reunião sozinho.
No entanto, o evento fez uma distinção crucial entre agentes supervisionados (onde o humano ainda precisa intervir) e agentes autônomos (que operam sem envolvimento humano na decisão). Para o e-commerce, isso sinaliza um futuro próximo onde partes da operação (como SAC de nível 1 ou gestão de estoque) serão geridas por esses agentes.
2- O Futuro do Trabalho: IA como Colega, Não Substituto
Um dos maiores medos globais foi abordado de frente: a IA vai roubar nossos empregos? Felizmente, a visão do Web Summit 2025 é otimista e pragmática. A discussão se afastou da substituição para focar no aprimoramento.
Dados apresentados mostram que a IA está criando mais valor do que destruindo. Na prática, a tecnologia está automatizando tarefas de baixo valor, permitindo que humanos foquem em contexto e especialização.
A previsão é que, em poucos anos, cada colaborador seja “chefe” de três ou quatro “colegas de trabalho de IA“. Porém, para que isso funcione, as empresas precisam investir em Process Excellence (Excelência de Processos). Afinal, se os processos do seu negócio forem desorganizados, a IA apenas “automatizará a disfunção“. Os fluxos de trabalho precisam ser legíveis para serem transformados em agentes.
O QUE É “PROCESS EXCELLENCE”?
No contexto da implementação de IA, o termo Process Excellence (Excelência de Processos) ganhou destaque.
Process Excellence refere-se à prática de mapear, analisar e otimizar continuamente os processos de negócios para garantir que sejam eficientes, eficazes e livres de desperdícios.
Por que isso importa na era da IA? Como vimos no Web Summit, a IA precisa de regras claras para operar. Você não pode pedir para um agente “cuidar da logística reversa” se a sua empresa não tem um processo claro de troca e devolução documentado. Em outras palavras, antes de automatizar, você precisa organizar. Sem Excelência de Processos, a tecnologia mais avançada do mundo é inútil.
3- A Economia de “Atraso Zero” e o Protagonismo do PIX
Outro ponto alto foi a discussão sobre o sistema financeiro global. A tendência é a “economia de atraso zero”, ou seja, pagamentos instantâneos, com infraestrutura de detecção de fraude em tempo real.
Surpreendentemente (ou não), o Brasil foi citado como referência mundial. O PIX é visto como o exemplo mais notável de soberania digital e sucesso em pagamentos instantâneos, sendo estudado por mais de 50 países.
Além do PIX, as Stablecoins ganharam os holofotes. Basicamente, elas funcionam como “dólares digitais”: diferente do Bitcoin, que sobe e desce, essas moedas têm seu valor fixo e garantido pelo dólar real, oferecendo a segurança necessária para pagamentos internacionais.
Para e-commerces que importam ou exportam (cross-border), isso significa:
- Pagamentos mais rápidos e baratos (redução de taxas em até 60%).
- Inclusão financeira global.
Além disso, com a ascensão do “comércio agêntico” (robôs comprando de robôs), a segurança se torna vital. Protocolos como Agent Pay estão sendo desenvolvidos para garantir que quem está comprando é, de fato, um agente legítimo.
4- Geopolítica e a “Muralha de Capital”
Por fim, não podemos ignorar o cenário macro. O evento destacou que a era da dominância tecnológica ocidental está sendo desafiada, com a China emergindo como força inovadora, especialmente em veículos autônomos e agentes de IA.
Paralelamente, a infraestrutura para essa revolução custa caro. Estima-se que serão necessários US$ 4 trilhões em investimento global (CAPEX) nos próximos cinco anos apenas para construir data centers capazes de rodar esses modelos de IA. Isso cria uma “parede de capital”, concentrando poder nas grandes empresas de nuvem (hyperscalers).
CONCLUSÃO: O FUTURO É HUMANO, PORÉM POTENCIALIZADO PELA MÁQUINA
O Web Summit Lisboa 2025 deixou uma lição clara: a tecnologia não é o fim, é o meio. Seja na automação de processos com agentes, na revolução dos pagamentos instantâneos ou na expansão internacional de marcas como a Lofty Style, o fator humano (a criatividade, o julgamento e a conexão) continua sendo o diferencial insubstituível.
Para o seu e-commerce, a mensagem é: organize a casa. A “IA Agêntica” vai exigir processos impecáveis. Portanto, comece 2026 revendo seus fluxos, capacitando seu time para liderar “colegas de IA” e olhando para o mercado global.
Quer aplicar essas tendências na sua operação hoje mesmo? A e-Plus está na fronteira da inovação, trazendo o que há de mais moderno no mundo para o seu negócio. [Fale com um de nossos especialistas] e vamos construir o futuro do seu e-commerce.
PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE O WEB SUMMIT LISBOA 2025
O que é o Web Summit Lisboa?
É um dos maiores eventos de tecnologia e inovação do mundo. Realizado anualmente em Lisboa, Portugal, ele reúne líderes globais, CEOs, investidores e startups para discutir o futuro da indústria digital. A edição de 2025 ocorreu de 10 a 13 de novembro.
O que é “Agentic AI” (IA Agêntica)?
É a evolução da Inteligência Artificial. Diferente da IA Generativa (que cria textos ou imagens), a IA Agêntica possui “agência”, ou seja, autonomia para tomar decisões, executar tarefas complexas e aprender com a experiência, funcionando como um agente ativo na operação.
Qual foi o destaque do Brasil no Web Summit 2025?
Além da presença de grandes empresas e agências (como a e-Plus), o PIX foi destacado nos painéis globais como um modelo de sucesso em pagamentos instantâneos e soberania digital, servindo de exemplo para mais de 50 países.
Como a IA vai impactar o trabalho segundo o evento?
A visão do evento é que a IA atuará como um “colega de trabalho”, automatizando tarefas repetitivas e de baixo valor. Isso exigirá que os profissionais humanos foquem em habilidades como julgamento, criatividade e conexão humana.



