
A REINVENÇÃO DAS AMERICANAS COM O MARKETPLACE FÍSICO
A Americanas está testando um novo formato com o objetivo de reverter os impactos da crise e retomar sua relevância no varejo: o marketplace físico. A proposta é transformar lojas da rede em espaços para expositores parceiros, funcionando como um ponto de venda compartilhado. Em outras palavras, essa mudança representa uma estratégia ousada de integração entre o varejo tradicional e o modelo de marketplace e, por isso, pode abrir oportunidades para lojistas físicos e digitais.
Neste artigo, você vai entender como essa iniciativa funciona, além de saber qual o impacto no mercado e o que esse modelo significa para o futuro do varejo no Brasil.
O QUE É O MARKETPLACE FÍSICO DA AMERICANAS?
A ideia do marketplace físico é simples, porém inovadora: trazer o conceito dos marketplaces digitais (como o da própria Americanas atual) para dentro das lojas físicas. Em vez de vender apenas seus próprios produtos, a Americanas abre espaço para sellers parceiros exporem e venderem seus itens diretamente ao consumidor.
Segundo reportagem do NeoFeed, o projeto piloto foi iniciado em março de 2025, com a implantação de quiosques de parceiros em duas lojas da rede: uma em Nova Iguaçu e outra em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.
Esses quiosques vendem itens como capas e películas para celular e até serviços de reparo. A Americanas oferece a estrutura física e o fluxo de visitantes da loja, enquanto os sellers ficam responsáveis pelo estoque e atendimento. É uma forma de atrair micro e pequenos empreendedores locais para dentro da operação.
POR QUE A AMERICANAS APOSTA NESSE MODELO?
Essa iniciativa surge num contexto de forte crise interna: após o escândalo contábil em 2023, a empresa entrou em recuperação judicial e viu seu desempenho digital despencar. Em 2024, as vendas online caíram 71%, enquanto os acessos ao app e site tiveram queda de mais de 80%.
Diante desse cenário, a empresa precisou repensar sua operação e buscar novas fontes de receita com menor custo operacional. O marketplace físico surge como uma alternativa inteligente, pois:
- Reduz a necessidade de estoque próprio
- Aumenta a variedade de produtos oferecidos
- Atrai público local e fideliza o cliente da loja física
- Dá visibilidade a pequenos negócios
- Cria uma experiência diferenciada no ponto de venda
A meta da companhia é ambiciosa: implementar o modelo em até 100 lojas até o fim de 2025.
BENEFÍCIOS PARA O CONSUMIDOR E PARA OS SELLERS
Além de representar um novo canal de venda para os lojistas parceiros, esse modelo entrega vantagens claras para o consumidor:
- Mais variedade de produtos em um só lugar
- Serviços personalizados e atendimento próximo
- Preços competitivos devido à presença de sellers independentes
Por sua vez, os sellers ganham:
- A chance de testar o varejo físico com baixo investimento
- Exposição em locais com grande fluxo de pessoas
- Associação à marca Americanas, que ainda possui alto reconhecimento
É, portanto, uma relação de ganha-ganha, em que a Americanas usa sua estrutura para criar valor para outras marcas, ao mesmo tempo em que diversifica sua própria receita.
O QUE ESSE MOVIMENTO REPRESENTA PARA O E-COMMERCE?
O modelo de marketplace físico da Americanas mostra que os limites entre loja física e digital estão cada vez mais tênues. Estamos vendo o fortalecimento da tendência phygital, que combina os pontos fortes dos dois mundos: conveniência e experiência.
Caso essa estratégia se consolidar, pode abrir um novo caminho para redes varejistas que enfrentam dificuldades no digital, mas que ainda contam com presença física significativa.
Além disso, pode servir como um alerta para quem vende exclusivamente online: talvez seja hora de reavaliar o canal físico como parte da jornada de compra.
CONCLUSÃO: UMA TENDÊNCIA PARA FICAR DE OLHO
O marketplace físico da Americanas é uma resposta criativa aos desafios que a marca enfrenta e, por isso, pode inspirar novas soluções no varejo brasileiro. Ao abrir suas portas para sellers parceiros, a empresa busca transformar suas lojas em plataformas locais de negócios, criando uma rede de apoio ao comércio e, ao mesmo tempo, fortalecendo sua operação.
Sendo assim, se você atua no e-commerce ou no varejo tradicional, vale acompanhar de perto essa movimentação. Modelos híbridos como esse tendem a ganhar força, especialmente diante das mudanças de comportamento do consumidor.
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