Marketing Digital para 2026: como definir o budget do seu e-commerce

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Da mídia paga à retenção: um roteiro prático para distribuir seu investimento e escalar resultados

Mãos sobre uma mesa de escritório organizando papéis, gráficos e notas adesivas coloridas durante uma reunião de planejamento de marketing digital para 2026.
Foto meramente ilustrativa: @freepik.com

O ano de 2025 foi marcado pela consolidação da Inteligência Artificial e pela mudança drástica no comportamento do consumidor. Agora, diante da folha em branco do planejamento anual, a pergunta que tira o sono de todo gestor é: “Onde devo colocar meu dinheiro para crescer com segurança?“. Definir o orçamento de Marketing Digital para 2026 não é mais sobre apenas decidir quanto gastar em Google Ads ou Meta Ads. É sobre financiar uma operação que seja, ao mesmo tempo, eficiente, inovadora e resiliente.

No entanto, muitos e-commerces ainda cometem o erro de olhar apenas para o que já passou, replicando o orçamento do ano anterior com um simples acréscimo de inflação. Infelizmente, essa estratégia é uma receita para a estagnação. O mercado mudou, os custos de mídia subiram e novas tecnologias surgiram. Portanto, neste guia, vamos desmontar o processo de planejamento orçamentário. Você aprenderá a construir um budget baseada em metas reais, a diversificar investimentos e a preparar seu caixa para as tendências que dominarão 2026.

1- A Auditoria do Presente: Olhando para trás com Inteligência

Antes de mais nada, você não pode planejar o futuro sem entender profundamente o passado. Contudo, não se trata apenas de olhar o faturamento total. Você precisa analisar a fundo a eficiência de cada centavo gasto em 2025.

Basicamente, a sua auditoria deve responder a três perguntas básicas:

  1. Qual foi o CAC (Custo de Aquisição de Cliente) por canal? O Google Ads ficou mais caro? O tráfego orgânico (SEO) trouxe ROI real?
  2. Qual foi a taxa de retenção (LTV)? Quanto do seu faturamento veio de clientes recorrentes versus novos clientes?
  3. Onde houve desperdício? Ferramentas contratadas e não usadas? Campanhas de teste que rodaram por tempo demais sem resultado?

Dessa forma, você cria uma “linha de base”. Se o seu CAC aumentou 20% em 2025, seu orçamento de Marketing Digital para 2026 precisa prever, no mínimo, essa variação para manter o mesmo volume de vendas. Se a meta é crescer, o investimento terá que ser proporcionalmente maior ou mais eficiente.

2- Definindo o Método: Orçamento Base Zero vs. Histórico

Aqui entramos em uma decisão estratégica vital. Geralmente, as empresas usam o orçamento histórico (o do ano passado + X%). Porém, para 2026, recomendamos uma abordagem diferente.

Zero-Based Budgeting?

No mundo corporativo, existe um conceito chamado Zero-Based Budgeting (ZBB), ou Orçamento Base Zero.

Diferente do método tradicional, onde você pega o orçamento do ano anterior e apenas faz ajustes, no Zero-Based Budgeting você começa do zero, literalmente. Você deve justificar cada despesa nova para o novo período, sem levar em conta o que foi gasto antes.

Por exemplo: não é porque você gastou R$ 50 mil em influenciadores em 2025 que você deve gastar R$ 55 mil em 2026. No ZBB, você pergunta: “Influenciadores ainda fazem sentido para a nossa meta de 2026? Se sim, quanto precisamos para atingir o objetivo X?“. Isso elimina “gorduras”, vícios de investimento e obriga o gestor a pensar estrategicamente sobre cada canal.

3- A Regra 70/20/10 para Alocação de Mídia

Com o valor total definido (geralmente entre 5% a 15% do faturamento projetado, dependendo da agressividade do crescimento), como dividir esse bolo?

Para garantir segurança e inovação, sugerimos a metodologia 70/20/10:

70% do orçamento – o “Arroz com Feijão” (Performance comprovada): aqui vai o dinheiro que paga as contas. Ou seja, canais que já trazem ROI garantido e previsível. Para a maioria dos e-commerces, isso significa Google Ads (Shopping e Pesquisa), Meta Ads (fundo de funil) e E-mail marketing/CRM.

  • Dica de 2026: reserve verba aqui para a automação desses canais via IA.

20% do orçamento – a expansão (novos canais seguros): aqui você investe no que precisa crescer para não depender só do Google/Meta. Por exemplo: SEO (conteúdo), Pinterest Ads (excelente para descoberta), Marketing de Influência e Retail Media (se você vende em marketplaces).

  • Objetivo: encontrar o próximo canal de performance.

10% do orçamento – a inovação (apostas): finalmente, reserve uma fatia para testes agressivos. Se você não testar, você será engolido pela concorrência que testou.

  • Ideias para 2026: campanhas em canais emergentes, testes com novas IAs de vídeo, ou parcerias de collab inusitadas. Se der errado, você perdeu apenas 10%. Se der certo, você achou uma mina de ouro antes de todo mundo.

4- Prevendo os Custos “Invisíveis” de 2026

Muitas vezes, o planejamento falha porque não considera os custos que não são mídia paga. No entanto, no marketing moderno, a infraestrutura custa caro.

No seu planejamento de Marketing Digital para 2026, inclua linhas específicas para:

Tecnologia e ferramentas (Martech)

Seu CRM aguenta o tranco? Você precisa de uma ferramenta de CDP (Customer Data Platform) para unificar dados? O custo das plataformas de e-commerce (como VTEX ou Nuvemshop) e ferramentas de automação (RD Station) deve estar previsto. Além disso, considere o custo das ferramentas de IA Generativa que sua equipe usará para produtividade.

Produção de conteúdo

Com o aumento do custo de mídia, o criativo (vídeo, imagem, texto) é o que faz a diferença no CTR. Portanto, você precisa de verba para produção. Isso inclui videomakers, designers, ou plataformas de criação automatizada. Não adianta ter verba de mídia se o anúncio é feio e não converte.

Pessoas e capacitação

A tecnologia muda rápido. Sendo assim, separe uma verba para treinamento da equipe ou para contratar consultorias especializadas (como a e-Plus) que tragam esse know-how para dentro de casa.

5- O Cronograma de Desembolso: Sazonalidade é Tudo

Um erro clássico é dividir o orçamento anual por 12 e gastar o mesmo valor todo mês. Contudo, no e-commerce, isso é fatal.

Seu orçamento deve acompanhar a curva de demanda do seu nicho.

  • Q1 (Jan-Mar): ressaca pós-Natal, foco em queima de estoque e retenção. Sendo assim, o orçamento deve ser mais contido, focado em rentabilidade.
  • Q2 (Abr-Jun): Dia das Mães e Namorados. Aumente a verba de aquisição, é hora de trazer gente nova para a base.
  • Q3 (Jul-Set): preparação, foco em SEO e captação de leads (baratos) para a Black Friday. Além disso, teste novos canais aqui.
  • Q4 (Out-Dez): o “All-in“, Black Friday e Natal. Provavelmente, 40% a 50% do seu orçamento anual de mídia será gasto aqui.

Dessa forma, você garante que terá recursos para gastar quando o cliente está mais propenso a comprar, maximizando o ROAS (Retorno sobre o Investimento em Publicidade).

6- Métricas de Sucesso: Como saber se o Orçamento está Correto?

Por fim, definir o orçamento é apenas o começo. Você precisa de travas de segurança, por isso, defina gatilhos de revisão trimestral.

Vídeo: Métricas essenciais do e-commerce! | e-Plus

Por exemplo:Se o ROAS do Google Ads cair abaixo de 5, congelamos o aumento de verba e revisamos a campanha“. Ou: “Se o canal de Influenciadores trouxer um CAC 20% menor que o Google, realocamos 5% da verba para lá“.

O orçamento de Marketing Digital para 2026 deve ser um documento vivo. A rigidez quebra empresas; a adaptabilidade as faz crescer.

UM CENÁRIO COMO EXEMPLO

Para ilustrar, vamos imaginar uma loja fictícia no segmento de moda, que faturou R$ 5 milhões em 2025 e quer crescer 20% em 2026 (meta: R$ 6 milhões).

  1. Definição do %: nesse caso, eles decidem investir 10% do faturamento projetado em marketing. Ou seja, um total de R$ 600.000,00.
  2. Divisão 70/20/10:
    • R$ 420.000 (70%) vai para Google Shopping e Meta Ads (foco em conversão).
    • R$ 120.000 (20%) vai para SEO, Pinterest Ads e E-mail Marketing (RD Station).
    • R$ 60.000 (10%) vai para testes com Live Commerce e TikTok Ads.
  3. Sazonalidade: eles guardam R$ 250.000 desse total apenas para os meses de Novembro e Dezembro.
  4. Tecnologia: além dos R$ 600k de mídia, eles separam R$ 100k anuais para ferramentas (VTEX, CRM) e agência.

Resultado: um plano claro, com metas definidas e verba alocada para segurança e risco.

CONCLUSÃO: O DINHEIRO SEGUE A ESTRATÉGIA

Em resumo, fazer o planejamento orçamentário de Marketing Digital para 2026 exige frieza nos números e ousadia na estratégia. Não caia na armadilha de fazer “mais do mesmo”.

Lembre-se: o custo do tráfego vai subir e a concorrência vai aumentar. A única defesa é a inteligência na alocação de recursos. Use o método Base Zero, respeite a sazonalidade e reserve verba para testar o novo. Quem planeja com antecedência, não sofre com as surpresas do mercado.

Precisa de ajuda para auditar seus números de 2025 e desenhar um plano de investimento vencedor para 2026? A e-Plus é especialista em performance e estratégia para e-commerce. [Fale com um de nossos consultores] e comece o ano com o pé direito.


PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE PLANEJAMENTO DE MARKETING DIGITAL 2026

Quanto devo investir em marketing digital em 2026?

Não existe um número mágico, mas a média do mercado de e-commerce varia entre 5% a 15% do faturamento bruto projetado. Lojas em fase de crescimento acelerado (scale-up) tendem a investir mais (perto de 15-20%) para ganhar mercado, enquanto lojas maduras focam em rentabilidade (5-8%).

O que deve entrar no orçamento de marketing?

O orçamento deve cobrir três pilares: 1. Mídia Paga (o valor pago ao Google, Meta, etc.); 2. Ferramentas e Tecnologia (CRM, plataforma de e-commerce, automação); e 3. Pessoas e Serviços (salários da equipe interna, fee da agência, freelancers de conteúdo).

Como ajustar o orçamento se as vendas não vierem?

Por isso a revisão trimestral é vital. Se as vendas não acontecerem, não corte o marketing imediatamente (isso pode matar a loja). Em vez disso, revise a eficiência (CAC e ROAS). Nesse caso, talvez seja necessário cortar a verba de “Inovação” (os 10%) e focar tudo nos canais de “Performance” (os 70%) até o caixa estabilizar.

Vale a pena investir em branding em 2026?

Sim, mais do que nunca. Afinal, com o tráfego pago ficando mais caro, ter uma marca forte aumenta a conversão e o tráfego direto (gratuito). Recomendamos que parte dos seus “20%” de expansão seja focada em construção de marca e conteúdo, pensando no longo prazo.