Economia da intenção: o futuro do marketing digital

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Como o marketing orientado por dados e desejos está transformando o e-commerce

Homem segurando um celular ao fundo, com a mão estendida em direção à câmera. Sobre a palma da mão, aparece uma ilustração gráfica de um alvo acertado no centro, representando o conceito de economia da intenção no marketing digital.
Foto meramente ilustrativa: @freepik.com

A economia da intenção já está moldando o futuro do marketing digital. Em vez de apenas interromper o consumidor com anúncios, essa abordagem propõe identificar e atender suas intenções em tempo real. Assim, para profissionais de marketing e e-commerce, essa mudança representa uma oportunidade estratégica para conquistar relevância e gerar resultados mais rápidos e duradouros. Por isso, entenda neste artigo o que é a economia da intenção, como ela funciona, quais tecnologias impulsionam essa tendência e como aplicá-la ao seu negócio digital.

O QUE É A ECONOMIA DA INTENÇÃO?

A economia da intenção é um modelo de mercado em que as decisões de compra partem do consumidor e não da empresa. Ou seja, em vez de simplesmente “empurrar” produtos, as marcas devem estar preparadas para responder aos sinais de intenção emitidos pelos usuários em suas buscas, interações e comportamentos online.

O termo foi popularizado por David “Doc” Searls, autor de “A Economia da Intenção” (título original: “The Intention Economy: When Customers Take Charge”), e parte da ideia de que o poder está nas mãos do consumidor. Sempre que ele demonstra intenção, seja ao pesquisar um produto, clicar em um anúncio ou preencher um formulário, abre-se uma janela de oportunidade para as marcas que souberem interpretar esses sinais.

O QUE MUDA COM ESSE CONCEITO?

A partir dessa lógica, ao focar na intenção do consumidor, o marketing digital passa a:

  • Ser mais assertivo e relevante;
  • Reduzir desperdícios com anúncios genéricos;
  • Oferecer experiências personalizadas e oportunas;
  • Antecipar demandas do público com base em dados reais;
  • Potencializar o ROI com mensagens mais alinhadas ao momento da jornada de compra.

Em outras palavras, na economia da intenção, quem domina os dados, domina o mercado.

COMO IDENTIFICAR INTENÇÕES NO AMBIENTE DIGITAL?

Você pode estar se perguntando: como saber o que meu cliente quer antes mesmo de ele converter? Na prática, a resposta está na análise de dados comportamentais, no uso de inteligência artificial e na combinação de diferentes fontes de informação.

Confira, a seguir, algumas fontes de intenção que você já pode usar:

  • Pesquisas no Google: palavras-chave revelam desejos imediatos.
  • Interações nas redes sociais: curtidas, comentários e salvamentos indicam interesse.
  • Navegação no site: páginas visitadas, tempo de permanência, itens adicionados ao carrinho.
  • Formulários e buscas internas: mostram o que o cliente deseja saber ou encontrar.
  • E-mails e chatbots: mensagens com dúvidas e sugestões dizem muito sobre o estágio da jornada.

Em resumo, esses sinais, quando analisados em conjunto, ajudam a criar uma visão mais clara do comportamento de compra.

Segundo o portal Mixology Digital, 93% dos profissionais de marketing B2B relataram um aumento na taxa de conversão ao utilizar dados de intenção em suas estratégias, uma vez que conseguem impactar o usuário no momento certo.

DA PUBLICIDADE DE INTERRUPÇÃO AO MARKETING RESPONSIVO

A lógica da economia da intenção contrasta com o marketing tradicional, baseado em interrupção. Ao invés de interromper o usuário com uma propaganda aleatória, a nova abordagem foca em entregar a mensagem certa, na hora certa, para a pessoa certa. Ou seja, trata-se de um modelo mais estratégico e centrado no comportamento real do consumidor.

Antes:

  • O usuário via um anúncio enquanto assistia a um vídeo ou navegava em redes sociais.
  • A marca forçava uma mensagem, mesmo sem saber se havia interesse.
  • Por isso, a conversão era imprevisível.

Agora:

  • O usuário demonstra intenção por meio de comportamentos online.
  • A marca responde com ofertas, conteúdos ou soluções personalizadas.
  • Como resultado, a experiência se torna mais fluida e relevante, o que contribui para o aumento a confiança e o engajamento.

Esse novo modelo está diretamente ligado à transformação do comportamento do consumidor, que está mais exigente, informado e seletivo. Além disso, ele espera interações mais úteis e menos invasivas.

COMO APLICAR A ECONOMIA DA INTENÇÃO NO E-COMMERCE

1- Mapeie os sinais de intenção no seu funil

Identifique onde e como os usuários demonstram interesse nos seus canais digitais. Para isso, use ferramentas como:

2- Personalize conteúdos com base em dados

Ajuste as mensagens, ofertas e recomendações com base no comportamento do usuário. Isso significa, por exemplo:

  • Landing pages dinâmicas
  • E-mails com produtos recomendados
  • Pop-ups personalizados por categoria de interesse

3- Use IA para prever intenções futuras

Plataformas com inteligência artificial e machine learning ajudam a prever padrões de comportamento. Dessa forma, você pode agir proativamente, antes mesmo da intenção se tornar explícita. Assim, é possível ganhar vantagem competitiva.

Vídeo: IA no marketing | e-Plus

4- Ofereça resposta imediata e omnichannel

Estar presente em diferentes canais e oferecer uma experiência integrada faz toda a diferença. Para isso, utilize:

  • Atendimento automatizado com IA
  • Chatbots com integração de estoque
  • Segmentação de mídia paga com base em microintenções

De acordo com o Sebrae, o marketing de intenção acelera os resultados pois atua em cima de oportunidades reais, tornando o funil de vendas mais eficiente.

EXEMPLOS PRÁTICOS DA ECONOMIA DA INTENÇÃO

Caso 1: Amazon e as recomendações baseadas em histórico

A Amazon é uma das empresas que melhor trabalha com dados de intenção. Ao analisar seu histórico de compras, buscas e navegação, a plataforma sugere produtos com altíssimo índice de conversão.

Caso 2: Google Ads e as campanhas por intenção

O Google segmenta anúncios com base em palavras-chave e comportamento anterior. Dessa maneira, o anunciante paga apenas para aparecer quando o usuário demonstra interesse real.

Caso 3: E-commerces que usam automação com IA

Lojas virtuais que utilizam ferramentas como RD Station, E-goi ou Hubspot conseguem entregar e-mails personalizados, pop-ups e ofertas em tempo real, tudo isso baseadas em cliques, buscas e hábitos de compra.

QUAIS TECNOLOGIAS IMPULSIONAM A ECONOMIA DA INTENÇÃO?

A economia da intenção não seria possível sem o avanço de certas tecnologias. Nesse sentido, as principais são:

  • Big Data: coleta e processamento de grandes volumes de dados comportamentais.
  • Machine Learning: interpretação de padrões e previsões de comportamento.
  • IA generativa: criação de conteúdos personalizados em escala.
  • CDPs (Customer Data Platforms): unificação de dados de diferentes fontes em um perfil único do cliente.
  • Ferramentas de automação de marketing: para ativar as ações certas no tempo certo.

Com o suporte dessas tecnologias, fica mais fácil transformar intenção em conversão.

DESAFIOS DA ECONOMIA DA INTENÇÃO

Por outro lado, apesar das vantagens, essa nova lógica de marketing também traz desafios.

  • Privacidade de dados: é essencial respeitar a LGPD e garantir transparência ao consumidor.
  • Integração de sistemas: reunir dados de diferentes fontes exige tecnologia e estratégia.
  • Capacitação da equipe: é preciso formar times preparados para interpretar e agir com base em dados.

Portanto, com atenção a esses pontos, sua marca estará pronta para operar de forma ética, eficiente e orientada à intenção.

CONCLUSÃO

Na economia da intenção, não basta aparecer. Em outras palavras, é preciso estar disponível no momento certo e isso só acontece quando você entende os sinais que o consumidor emite.

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